Isenção de Imposto de Renda por Doença Grave: Como Ela Impacta Sua Declaração Anual?

Isenção do Imposto de Renda por Doença Grave: Como Ela Impacta Sua Declaração Anual?

A isenção do imposto de renda para pessoas com doenças graves é um benefício essencial garantido pela legislação brasileira. No entanto, muitas dúvidas surgem sobre como essa isenção influencia a obrigação de apresentar a declaração anual do imposto de renda. Neste artigo, vamos detalhar tudo o que você precisa saber para evitar equívocos e manter sua situação regular perante a Receita Federal.


Quem tem direito à isenção do imposto de renda?

A legislação tributária assegura a isenção do imposto de renda para contribuintes diagnosticados com certas doenças graves, desde que os rendimentos sejam provenientes de aposentadoria, pensão ou reforma. Entre as condições que garantem esse direito estão:

  • Neoplasia maligna (câncer);
  • AIDS (HIV positivo);
  • Doença de Parkinson;
  • Cardiopatia grave;
  • Esclerose múltipla;
  • Tuberculose ativa;
  • Hanseníase, entre outras listadas pela Lei 7.713/1988.

É importante ressaltar que a isenção não abrange rendimentos tributáveis como salários ou ganhos com aluguel. Portanto, mesmo isento em alguns rendimentos, o contribuinte deve verificar se se enquadra nos critérios de obrigatoriedade de declarar.


Estar isento significa não precisar declarar imposto de renda?

Não necessariamente. A isenção do imposto de renda para pessoas com doenças graves não dispensa a apresentação da declaração anual em diversas situações. Veja os principais critérios que tornam obrigatória a entrega da declaração:

  1. Rendimentos isentos acima do limite legal: A Receita Federal exige a declaração de rendimentos isentos e não tributáveis que, somados, ultrapassem o limite estipulado para o ano. Em 2024, esse valor é de R$ 40.000,00.
  2. Patrimônio superior a R$ 300.000,00: Contribuintes com bens e direitos que totalizem mais de R$ 300 mil também devem declarar, independentemente de estarem isentos.
  3. Receitas de outras fontes tributáveis: Quem obtém rendimentos como salários, aluguéis ou lucros com aplicações financeiras precisa declará-los.
  4. Operações financeiras especiais: Contribuintes que realizaram operações na bolsa de valores ou em mercados de renda variável devem declarar, mesmo sendo isentos.

Portanto, é crucial avaliar se sua situação financeira se enquadra nos critérios que tornam a declaração obrigatória.


Como informar a isenção na declaração?

Mesmo com a isenção reconhecida, é essencial informar os rendimentos isentos no programa da Receita Federal para evitar inconsistências. O processo inclui:

  1. Solicitar o reconhecimento da isenção: Para isso, é necessário um laudo médico emitido por um hospital público, atestando a doença com base no CID (Código Internacional de Doenças).
  2. Registrar os rendimentos na ficha apropriada: Na declaração, utilize a ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” para informar aposentadorias, pensões ou reformas que se enquadrem na isenção.
  3. Atualizar o status com o órgão pagador: Servidores públicos devem informar sua situação ao órgão responsável pela folha de pagamento. Já os beneficiários do INSS devem oficializar a isenção junto à previdência.

Posso recuperar valores pagos indevidamente?

Sim! Caso você tenha sido diagnosticado com uma doença grave em anos anteriores e não tenha usufruído da isenção, é possível solicitar a restituição dos valores pagos nos últimos cinco anos. Esse procedimento, conhecido como repetição de indébito, exige:

  1. Revisar as declarações anteriores: É necessário corrigir as declarações já enviadas, incluindo os rendimentos que deveriam estar isentos.
  2. Comprovar a situação de saúde: Apresente o laudo médico que ateste a condição na época correspondente.
  3. Acompanhar o processo na Receita Federal: Após a solicitação, a Receita analisará os documentos e poderá liberar a restituição.

Esse processo pode ser burocrático e, muitas vezes, requer o apoio de um especialista para garantir que tudo seja feito corretamente.


Erros comuns na isenção de imposto de renda

Muitas pessoas enfrentam problemas ao lidar com a isenção do imposto de renda devido a equívocos simples, como:

  • Não declarar rendimentos isentos: Mesmo que a isenção se aplique, é fundamental informar os valores para justificar a origem do patrimônio.
  • Falta de renovação do laudo médico: Em alguns casos, a Receita exige atualizações periódicas do laudo, especialmente se a doença não for considerada permanente.
  • Desconhecer outros critérios de obrigatoriedade: Ter outras fontes de renda ou patrimônios elevados pode obrigar a declaração, mesmo com rendimentos isentos.
  • Perder o prazo de restituição: Muitos contribuintes deixam de buscar a devolução do imposto pago indevidamente por desconhecimento dos prazos legais.

Conclusão

Embora a isenção do imposto de renda por doença grave traga um alívio financeiro significativo, é essencial entender como ela afeta a declaração anual. O fato de estar isento não elimina a necessidade de apresentar a declaração em diversas situações, e erros comuns podem levar a problemas com a Receita Federal.

Se você se enquadra nesse caso, mantenha a atenção redobrada ao preencher sua declaração e, sempre que necessário, busque ajuda de um advogado especializado para garantir que seus direitos sejam preservados.


Caso você precise de um advogado especialista, entre em contato conosco pelo nosso WhatsApp: 62 983111944 e fale com o advogado agora mesmo.

Fonte: Ficht Advocacia

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